sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Yen

Yen

Não há ninguém designado para o efeito. É como se, entre o meu grupo de amigos, a "mão invisível" do Adam Smith assegurasse que um de nós se lembra de avisar todos os outros quando há Chocolate City no Lux. Por entre a minha malta há uma certa queda pelo Hip-Hop e R&B e, em particular, por essas noites em que terminam comigo, quase sozinho na pista, virado para a Yen Sung e o seu convidado, a fazer figuras que fazem lembrar um bêbado a dançar o Roxanne na recta final duma festa de casamento. E só quando lhe perguntei o nome – porque gosto sempre de saber o nome de quem fotografo – percebi que me preparava para fotografar a minha D.J. favorita; a única mulher para quem posso passar a noite toda a olhar, a cantar e a esbracejar sem que a minha namorada faça caso disso.

O colorido do calçado da Yen lembra-me como, há uns bons 10 anos, me chegou a primeira descrição do Lux – a discoteca onde se podia entrar de ténis. Mas, apesar de contrastar radicalmente com os vela e as camisas aos quadrados com que rumávamos religiosamente à porta de um edifício branco na 24 onde, segundo a etiqueta local, se deveria passar a noite de copo na mão a dançar com os olhos, não foi pela indumentária que a revolução que o Lux protagonizou na noite lisboeta me tocou particularmente. Nesse campo parece-me que se limitou a adiantar uma tendência. Não foi também pelo espaço fantástico, pelas inovadoras projecções ou pela programação musical. Ou pelo menos – agora que me recordo do quão impressionado e saloio me senti da 1ª vez que lá entrei – não foi isso o mais relevante.

A noite é um mundo à parte. Parece-me uma regra basilar de qualquer negócio fazer-se por tratar bem aqueles que garantem a sua subsistência. Mas na noite, verifica-se uma inversão de lógicas que nos conduz a uma função, segundo a qual, quanto mais sucesso tem um espaço nocturno, mais legitimidade parece ser reconhecida ao seu staff para maltratar quem por lá passa. A simpatia e a afabilidade da Yen acabaram por me remeter para o imenso respeito que nutro pelo Lux. Eu gosto do Lux, de muita da música que por lá passa, do espaço amplo, do seu pé-direito, dos gajos giros e das gajas boas, da varanda, do terraço, das projecções nas paredes e de mais um sem número de coisas... Mas o que eu gosto mesmo do Lux é de algo que nunca encontrei numa outra discoteca portuguesa. É do respeito com que se trata quem lá entra. É perceber que os seguranças estão lá, como o próprio nome sugere, para assegurar a minha segurança. É saber que posso contar com uma casa de banho asseada num momento de aperto e, constatar, que a senhora que a limpa me parece mais simpática e educada que tantas supostas vedetas que promovem tantos outros espaços nocturnos. É saber que, ao dirigir-me a um bar, me vão servir uma bebida decentemente, apresentar um estojo de 1ºs socorros caso me aleije ou, simplesmente, saber que mesmo sem ter um decote generoso ou amigos lá dentro, haverá, algures, alguém disponível a quem me possa dirigir.

Ainda no final do Verão do ano passado jurei que nunca mais entrava num sítio que começasse com a letra K quando, à saída daquele bonito espaço ao ar livre junto ao rio, e depois de ser ameaçado por um segurança a quem tinha dito que devia ter cuidado para não empurrar quem por ele passasse, vi um outro esbofetear um cliente. Mas, (ainda) mais que a dita bofetada, impressionou-me a inexistência de qualquer censura perante aquilo. Como se todos aqueles que ali estavam – colegas e clientes – assumissem que ver um mono com hipertrofia muscular achar-se no direito de fazer justiça pela sua própria vontade fosse apenas uma vicissitude da “noite”. E pronto…no fundo é isso. Sinto que se um dia me acontecer algo de muito bom e for para o Lux festejar (e beber muito para além da minha conta) arrisco-me provavelmente a que me acompanhem à porta e que me digam o que disseram um dia a um amigo meu:
- Desculpe mas não vai ser possível. E amanhã quando cá voltar, vai-nos agradecer por não o termos voltado a deixar entrar.

Não vos posso assegurar que no Lux só trabalha gente educada e bem formada, nem faço ideia de quantos episódios desagradáveis lá ocorrem por noite. O que eu sinto, bem ou mal, é que há lá uma fundo. E que esse fundo, parece dizer a quem lá trabalha que os clientes são para ser estimados. Isto não devia ser motivo de elogio. Mas é. E foi já na pele deste blogue que acho que descobri o porquê de tudo isto. Cruzei-me um dia com o Manuel Reis. Não é uma figura fácil. Tem uma silhueta interessante mas o porte e o semblante carregado não convidam à abordagem. Mas falei-lhe...falei-lhe no Alfaiate e perguntei-lhe se o podia fotografar. De tão educada e elegante que foi a sua recusa, que fui para casa com a sensação que tinha acabado de tirar a mais bonita fotografia para o blogue. Como se, naqueles 30 segundos de diálogo, tivesse percebido o porquê de o Lux ser diferente. Nem tanto pelas doses industriais de gajas giras que lá vão, pelo som que por lá se passa ou por aquele magnífico Terraço que, neste Outono tépido, ainda se mantém convidativo. Por nada disto, apenas pela sua delicadeza e trato.

Mas todos nós sabemos, que para fazer uma discoteca tão especial, tudo isto não chega. Falta a Yen. E cheira-me que não vou esperar até à próxima noite de Chocolate para a voltar a ouvir. Aliás, este post deixou-me a cantarolar uma certa música do Sérgio Godinho da qual tanto gosto, com vontade de lhe adulterar a letra e trocar 3ª por 6ª feira, e dizer que vou (lá para as 5 da madrugada) não à ladra mas ao piso de baixo do Lux. É lá que vai estar a Yen hoje. Eu vou. Do you?

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Uma italiana em Lisboa

Uma italiana em Lisboa

Chiara. Foi assim que me disse que se chamava. Está em Lisboa há 10 anos e é cantora. De resto, a pose e o trato (até mais que a indumentária) induziram-me de imediato a pensar que estaria perante alguém com veia artística. Fiquei curioso por saber o que cantava ao certo mas, como já não havia tempo para descobrir, sugeri-lhe que me enviasse um e-mail a contar. E enviou. Mas escreveu-me que, à semelhança do que tinha descoberto neste blogue, preferia que fosse eu a contar a história desta fotografia que ela a contar a sua. Eu não tenho pretensões como promotor cultural. Sou apenas teimoso. O e-mail disse-me que a Chiara é Chiara Picotto e o Google tratou do resto. Entre os 14 600 resultados que achei este foi o que se me pareceu mais com a Chiara com que cruzei no Camões. Mesmo ali, junto àquele exaustor que faz qualquer mulher de saia ou vestido ter, quando menos espera e sem que ninguém a avise de antemão, aqueles 3 segundos de Marilyn Monroe no seu vestido branco. E agora sim Chiara, a história desta fotografia está contada

terça-feira, 27 de outubro de 2009

domingo, 25 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Uma amálgama chamada Diogo

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O Diogo é a 1ª pessoa que aqui aparece (excepção feita a meia dúzia de amigos que fotografei) que já conhecia o blogue. É uma sensação gira. Por mais gente que aqui venha existe uma vida para além da blogosfera e é engraçado pensar que nesse mundo real feito de pessoas de carne e osso com quem me cruzo na rua, no cinema ou no supermercado haja também quem por aqui passe. O Diogo estuda Design de Moda e isso, cliché ou não, nota-se. É natural esperar-se de alguém que estude Moda que a veja – e sai outro cliché – para além do horizonte que os outros a avistam. Mas os clichés, note-se, existem por algum motivo. Existem porque fazem realmente sentido. Transformam-se em clichés no momento em que deixam simplesmente de dar estilo. Que é como quem diz, no momento em que deixam de levar miúdas giras para a cama. Resumindo…não estou à espera que toda a gente adore a riqueza que a mescla que o bigode à monarca da dinastia de Bragança, o casaco de malha que podia ter sido da sua avó, as calças que parecem compradas a um vendedor senegalês e os sapatos que eu gostaria de usar na casual Friday que não tenho no trabalho trouxeram a este blogue. Eu sei…eu sei…parece que estou a gozar. Mas não estou. O Diogo quanto mim, estude lá o que ele estudar, é um miúdo muita giro. E sem querer parecer antidemocrático, para mim...é ponto final parágrafo

domingo, 18 de outubro de 2009

Lisboa a dois












Lisboa é destino romântico é destino de engate. É spot gay é spot hetero. Viajantes cruzam-se e lisboetas encontram-se. E de cada ano que passa a cidade fica mais cosmopolita e globalizada e mais cosmopolitas e globalizados ficam também os casais que por aqui se avistam. Nos meus tempos de faculdade tinha um estranho fetiche em torno de me apaixonar por uma estudante Erasmus. Talvez por na altura, não ter experimentado ainda algo que me soasse a verdadeiro amor, encarava de forma romântica aquele dia da separação em que talvez, feitas as contas e mensurados os sentimentos, se chegasse à conclusão que merecia a pena continuar e validar uma relação por correio, e-mail, msn, skype e viagens esporádicas nas quais se poderia matar a saudade, consolar a libido e alegrar o coração. E só mais tarde percebi que a separação e a distância têm mais de tramadas e lixadas que românticas ou encantadas e, lá devo ter percebido a dada altura, que era uma graça divina apaixonarmo-nos por alguém que paire perto de nós.

Este post não foi premeditado. Há dias encontrei estas fotografias e fazia-me pouco sentido publicá-las isoladas. Foram retratos que tirei, uns mais assumidamente outros mais à socapa, mais à laia de experimentar a máquina que por outro qualquer motivo. Fizeram-me pensar nos casais, no amor e nos relacionamentos. No que eles me dizem, no que eles me atraem, naquilo que a sua condição me causa inveja e na inveja que lhes poderei causar a eles. Ocorrem-me aquelas duas teorias intemporais nas quais acreditamos alternadamente consoante o período da vida que vivemos, segundo as quais estivemos sempre predestinados para aquela pessoa ou que, essa mesma pessoa não é – perdoem-me…”não foi”…este raciocínio aparece usualmente no pretérito – mais do que o fruto de meia dúzia de casualidades. E se há alturas em que prezamos particularmente aquelas jantaradas de mancebos em que se descreve em detalhe – como que batendo na mão do peito – as mais insignes proezas sexuais e respectivas badalhoquices de cada um; há também as outras, em que, com uma voz melosa e um pingo de felicidade pura no peito, nos quedamos em descrições alongadas de um pôr-do-sol na praia ou uma noite fria ao relento na companhia certa.

E no outro dia, na mesma pista de dança onde cheguei a recitar, em momentos menos nobres das minhas bebedeiras, (e porque me fascina ver um homem de aparência dura revelar-se tão sensível) excertos de crónicas do Lobo Antunes à minha namorada (muito antes dela sonhar vir a sê-lo e imediatamente antes de me virar costas e ir comentar com as amigas que eu tinha tanto de insolente quanto de retardado), achei graça ouvir o meu amigo Mirsa perguntar-me:
- Hoje não me apetece meter-me com nenhuma gaja. Apetece-me conversar. Achas que há aqui alguma rapariga que queira conversar?
- Claro que sim. – respondi.
Olhei para a pista e achei que metade daquela gente de aparência sexy e descontraída sentia no fundo falta de acordar com alguém ao lado a quem não sentisse necessidade de pedir que lavasse os dentes antes de se voltarem a beijar. Porque esse é o critério científico mais preciso que conheço para detectar o amor. Conseguir desfrutar daquela doce – em teoria insuportável – halitose matinal da pessoa que se tem ao lado sem a interferência de um dentífrico. Mas isto sou eu que digo... E sempre ouvi a minha mãe dizer-me, carinhosamente é certo, que tenho uma certa pancada. Até porque, supostamente, estávamos aqui para falar de trapos, não era?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Paris em Lisboa (e um desabafo)

Paris em Lisboa

O Stéphane é parisiense e, depois de se assegurar que não tinha que pagar nada – porque por melhor que me explique em inglês, francês, espanhol ou italiano não há turista que confie num tipo moreno de barba depois de ter feito o trajecto entre o antigo Cinema Condes e o Terreiro do Paço – lá acedeu ser fotografado. É verdade. Entre o Hard Rock Café e a Praça do Comércio parece haver uma espécie de zona franca onde é permitido vender qualquer porcaria a qualquer um que por ali passe. Ali parece encontrar-se o paraíso do mais incauto dos traficantes porque, para experimentar qualquer problema com a autoridade, terá mesmo que tentar vender qualquer coisa... à própria autoridade [não...aparentemente não chega fazê-lo a 5 metros de distância (palavra que não); quanto a oferecê-lo a um agente da autoridade, fica o desafio para um traficante mais audaz]. Num dia como outro qualquer é possível que seja abordado por 5 anormais  o número triplica quando carrego a máquina – para comprar todo o tipo de porcaria que consiga passar por substância ilícita. Aliás... diria até que do ponto de vista sociológico é absolutamente singular o que ali se passa. Tradicionalmente aqueles que vendem droga redobram esforços no sentido de o fazerem da forma mais discreta possível. Ali a dinâmica é de todo a oposta. Tenho aliás que reconhecer um determinado mérito a estes indivíduos. Dirigem-se para uma das artérias com maior movimento (a Rua Augusta é, provavelmente, a sua morada predilecta) dizendo que vendem droga não o fazendo na verdade o que, reconhecimento lhes seja feito, me parece a abordagem comercial clandestina mais inovadora e arriscada de que há memória. Não obstante o meu reconhecimento pelo seu empreendedorismo [e persistência, uma das fraquezas usualmente apontadas às mentes criativas é que desistem aos primeiros percalços; estes indivíduos por sua vez dedicam-se, há já alguns anos e nas mesmas esquinas de sempre, a degradar (com resultados positivos, já vários amigos turistas me interrogaram sobre aquele fenómeno) a boa imagem de Lisboa] tenho que confessar que  ainda não distribuí uma cabeçada num destes trastes que me abordam agressivamente (precisamente: para além de se darem ao luxo de fazerem o que fazem onde fazem, permitem-se também fazê-lo – volta e meia – em tom agressivo) porque: 1º, onde está um estão logo mais dois ou três; 2º, gosto de pensar que no dia seguinte poderei lá passar descansado (a sua coabitação harmoniosa com as autoridades sugere-me que isso não seria possível); 3º, gastei dinheiro de mais na minha máquina para a estragar por causa de uns trastes que andam a burlar turistas (aparentemente o termo burla não é familiar aos agentes de autoridade que já tentei sensibilizar porque, por mais que uma vez, me responderam “como o que vendem não é droga não há nada que possamos fazer”).

Mas ó Stéphane desculpa lá que o que eu te disse foi que isto é um blog onde “je publie des photos des gens dont j´aime le style” e não de pretensa crítica social. E uma das coisas que mais gostei em ti foi, precisamente, não teres uma única peça de roupa que fosse parecida com o que quer que possa encontrar no meu guarda-roupa. A sério. Não uso camisas justas, calças de tons esbranquiçados, sapatos pontiagudos ou relógios rectangulares e, não obstante, todo essa tua ambiência de mosqueteiro do século XXI pareceu-me tremendamente cativante. Resta-me esperar que tenhas um amigo português em Paris (rezam as crónicas que não é difícil) porque, de que me adianta afagar-te o ego, se disso nunca te deres conta?

Mas insisto… fico a fazer figas para que um dia o filho do Sr. Presidente da Câmara tenha necessidade de fazer a Rua Augusta de máquina na mão. Tenho a certeza que, tal triste é o cenário que ali se vislumbra, fosse por brio de chefe do executivo camarário ou amor de pai, as coisas por ali não voltariam a ser o que são hoje. Porque o menos engraçado de tudo isto – sabes qual é Stéphane? – é que, sendo Lisboa a cidade que todos sabemos ser, até parece que estou a exagerar. Mas não estou. O mais grave de tudo é que não estou

domingo, 11 de outubro de 2009

We're jamming I wanna jam it with you, We're jamming jamming and I hope you like jamming too



Não é fácil gostar-se muito do Bairro Alto e não se ter por familiar este rosto. Não me imagino a fazer Rua da Atalaia, a meio da tarde ou dum longo serão, sem me cruzar com o Rui. Há pessoas que se tornam personagens na nossa cabeça. Que mesmo sem as conhecermos, têm direito a imagens e argumentos no nosso imaginário. De tanto reparar nas pessoas, sinto-me capaz de escrever pequenos contos sobre gente que nunca se deve ter sequer dado conta da minha existência. E estou convencido que nesse meu imaginário de que vos falo, o Rui me apareceria com umas calças amarelas, de um amarelo vivo, a condizer com uma boina à Bob Marley e a cor do cabelo dumas turistas com quem o devo ter visto a conversar um dia

Mais que quaisquer créditos técnicos nas fotografias que aqui aparecem, acho que o meu mérito é conseguir que alguém com quem nunca tinha falado 30 segundos antes, consiga posar naturalmente e despreocupado q.b., com o que vai fazer um estranho que se lhe acabou de apresentar e o convida a participar no seu blogue. Parte dessa abordagem passa por fotografar a pessoa na posição, pose ou atitude com que mais confortável se sentir. O Rui, mesmo sem os tons jamaicanos com que aparece no meu imaginário, estava afinal igual a si próprio. Sem eu ter feito sequer qualquer sugestão entendeu que devia saltar. Saltou ao pé-coxinho, a pés juntos, brandiu a camisola e sei lá mais o quê. E eu, salvo talvez em uma fracção de segundo de estupefacção, não perdi tempo a pensar porquê. Posso não o ter apanhado com as cores vivas com que me habituei a vê-lo mas que o consegui apanhar igual a si próprio (…desculpem lá a presunção…), ai isso ninguém me tira. No fundo…“we're jamming

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Hugo...Hugo Boss

Hugo...Hugo Boss
Hugo...Hugo Boss (2)

Percorri metade do Príncipe Real num passo apressado. Apressado mesmo...não queria perder esta foto por nada. Acho que se o tivesse fotografado em Milão teria dado comigo a pensar que apenas ali poderia encontrar alguém tão elegante. Mas não, é Lisboa… E o mais interessante é que nada ali se assemelha ao que uso. O corte do fato, o colarinho da camisa, a largura da gravata ou o par de ténis (brancos) que nunca uso com casaco. Mas é isto que eu mais gosto – deixar-me impressionar por aquilo que costumo deixar de lado. Quanto ao modelo…disse-me que se chamava Hugo. Mas para mim…mais que a Hugo, soa-me a Hugo Boss. E para que conste, não é para o Hugo que o trocadilho é lisonjeiro…mas para a Boss

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Tá ligado no movimento?

Tá ligado no movimento?

Estava cansado e, confesso, com pouca vontade de conhecer o amigo do Pedro. Além do mais sabia que se tinham conhecido na Indonésia e que me habilitava a uma hora de conversa sobre esquerdas, direitas, spots e locals. O Rodrigo chega numa bicicleta de motor eléctrico “que é para não transpirar” e distribui “belezas” a cada 30 segundos. Tem uma presença agradável demais para não se simpatizar com ele e acabamos a visitar a sua produtora.

O ambiente é afável e dou comigo a perguntar pelos projectos que têm em curso. Parece haver um especial da inteira autoria da VERdesign e é curioso que numa sala cheia de Macintoshs mo vêm apresentar no meu formato preferido – o livro. Tá Ligado no Movimento é um projecto para uma série de animação 2D que conta a história de Zinho…um miúdo que “pinta o rosto de palhaço e começa a fazer malabarismos com bola de ténis no sinal de trânsito, como forma de arrecadar algum trocado” e que, a dada altura, acaba “a fazer parte de um grupo de meninos de rua”. Junto-me ao Ministério da Cultura Brasileiro na lista de fãs. Posso não os financiar mas falo-lhes no Alfaiate. O que faço neste blogue é agarrar na moda (que eu acho que) se faz na rua e servir-me dela para falar daquilo que me apetece. Inverter a lógica tira graça e naturalidade às coisas. Mas se há boa ocasião para abrir uma excepção é esta. Adoro a energia do Rodrigo e do Rafinha e fico cheio de vontade de fazer este post.
- Quem é que vou fotografar? - pergunto.
Respondem em uníssono:
- Meton! É o grafiter e criativo e tem um figuraço!

Já há não há luz natural lá fora e as fotos que vejo nas paredes parecem-lhes dar razão. O Meton não está e eu vou-me embora no dia seguinte. Que se lixe…enviam-me a fotografia depois. Exacto… esta não fui eu que tirei, mas o Rafinha "bateu-a" propositadamente para a ocasião. Mas que fique claro…não sou eu que sou muito simpático. O que eu acho é que este projecto é mesmo bom. Tudo o que eu quero é poder gabar-me de o ter descoberto primeiro! Deixo-vos o "figuraço" ao lado da sua obra

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Calçadão - Garotos de Ipanema

Calçadão - Garoto de Ipanema
Calçadão - Garota de Ipanema

Estava cansado e deitei-me. Achei que acordaria fresco e com energia para escrever um texto que fizesse justiça às imagens e à cidade. Mas não, acho que não vai resultar. Acabei de trocar o nome próprio a alguém que me endereçou um convite particularmente interessante…e depois, (imediatamente a seguir a me ter desculpado e rectificado o engano) não contente o suficiente, encaminhei de novo o e-mail para a pessoa em causa, pensando que o fazia para minha irmã, a troçar da minha própria bacorada e ironizando “show de bola do Alfaiate”. Belo show Zé…belo show… Há alturas em que convém reconhecer que o melhor mesmo a fazer é ficar calado. Queria falar do Rio, do seu encanto, dos cariocas, da particularidade de aqui, antes do interesse pela forma como se aparece vestido, toda gente se parecer preocupar com a forma como se apresenta despido e de outras mil pequenas coisas que me tinham ocorrido antes. Mas não, melhor mesmo é ficar quietinho (e calado) e deixar o Léo e a… (não me lembro…e parece-me que não é o dia certo para tentar arriscar) falarem por si. Melhor assim…